domingo, 30 de setembro de 2007

Agora vai!!!

Quem nunca exclamou '"Agora vai!!!"?

Não sei dizer se essa exclamação representa otimismo, ansiedade ou talvez inconformismo com a atual situação e com isso decidimos que tudo mudará a partir daquele instante, então enchemos o peito e soltamos um glorioso "Agora vai!!!" cheio de esperança, com a certeza de que águas passadas não movem moinhos.

Percebo que ultimamente o sentimento de estar prestes a mudar o rumo da vida ronda a maioria das pessoas, me incluo nesse frisson, essa descarga de adrenalina acaba fazendo bem por alguns momentos, é como se tudo já tivesse mudado, sabe quando você conversa com alguém sobre o que fazer com o prêmio da loteria caso fosse o ganhador? Os planos, as viagens, quem ajudar, que carro comprar e bi bi bi, bó bó bó..... Por um momento você se sente milionário, é o mesmo sentimento do "Agora vai!!!", você sente que já venceu o seu demônio.

Muitas pessoas da minha família trabalham no comércio e como todos sabem, é o setor que mais sofre com as reviravoltas econômicas, lembro-me que mesmo nas piores crises eu ouvia com freqüência "Agora vai!!!" e nunca entendi, vai pra onde?

O meu momento acredito ser comum à grande parte dos brasileiros, apesar de não ter votado em nosso atual Presidente, com o otimismo do mercado financeiro, a queda do dólar, a valorização da BOVESPA (não que eu invista na bolsa, quem sabe um dia!), o cenário mundial favorável segundo especialistas, não tinha como não urrar "Agora vai!!!", porém não demorou muito para acordar e perceber que ainda não ganhei na loteria.

Poderia escrever um livro com situações psicologicamente prestes a mudar o rumo da minha vida, o tênis que comprei especialmente para correr e que me fará vencer a São Silvestre, a dieta balanceada que começarei na segunda-feira e que já me permite exagerar no chocolate hoje, quarta-feira, a fluência no inglês com as aulas baixadas pela internet e que por enquanto pela "falta de tempo" ainda não fiz, enfim, situações que dependem do primeiro passo e o primeiro passo como sempre foi dado... "Agora vai!!!".

Não podia deixar de mencionar a lei da atração, a qual fui apresentado através do filme The Secret, fantástico!!!!!! Quando terminei de assistir, já sentia a minha vida mudada e pela primeira vez mudei também o tempo verbal... "Já foi!!!", entretanto não foi bem assim, precisei assistir várias vezes para entender e viciar meus neurônios a liberar apenas energias positivas e de uma vez por todas curar a diarréia cerebral que as vezes me assola, infelizmente percebi que ainda não estou curado, espero que não seja uma doença crônica.

Pois bem, instantes, horas ou dias depois, percebemos que o "Agora vai!!!" ainda não foi e que o moinho ainda é movido pela água podre e imunda que você está louco pra tratar, mas o importante é que somos brasileiros e não desistimos nunca. (rsrsrs desculpa, não deu pra segurar!)

sábado, 29 de setembro de 2007

Cazuza - Reflexões

Meu Deus!!!!!

Não posso acreditar que em plena era da informação ainda encontro idéias e valores como expostos no texto abaixo, uma demonstração de falta de discernimento, insensatez e incoerência.

"Uma psicóloga que escreveu algumas verdades"... só um momento... Verdades? Que verdades são essas? Seria verdade então dizermos que se gostarmos do Rei do Rock, Elvis Presley ou nos interessarmos pela obra e pela vida dos integrantes dos Beatles, cultuaremos marginais? Todos tem pelo menos idéia do que foi a vida destes caras!

Não quero enaltecer a obra do Cazuza, mesmo porque, ela por si só já diz tudo, mas sim mostrar a minha indignação com essa falsa moral que algumas pessoas sentem necessidade de vomitar. Vivemos nessa balbúrdia chamada Brasil, onde a algazarra e as verdadeiras demonstrações do que é a marginalidade começa pelo Presidente da República, ligamos a TV e nos deparamos com situações e pessoas que realmente fazem por merecer serem chamadas de marginais, no entanto nada acontece com essa corja de Calheiros e Dirceus, ao contrário disso acredito ter se transformado em metástase, tumores espalhados por todos os lados.

"Uma sociedade que tentamos construir", isso é mais hipócrita do que dizermos que a miséria está sendo erradicada e que este é o país do futuro, não foi e nunca será, única e exclusivamente pelas ações de pessoas como a nobre psicóloga, que tentam mascarar essa sociedade baseada em valores conservadores sem nenhum sentido, ou melhor, com o único sentido de tirar proveito da situação. Quando alguém expõe os verdadeiros valores dessa pseudo-sociedade de forma nua e crua como fazia Cazuza, esse alguém é estigmatizado como marginal, não consigo entender esse conceito de certo e errado.

Vejo outras diferenças entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar, a principal é que Fernandinho exterminava e continua exterminando vidas e Cazuza salvava almas e continua salvando através da Instituição Viva Cazuza, será que isso é pouco?

Não acredito que um filme mude a cabeça de um jovem, pode sim colaborar para sua formação, mas seus valores, o seu caráter é formado na convivência diária com seus pais, seus familiares e no exemplo abaixo não me parece ser o que acontece, é até preocupante, imagine se essa adolescente assistisse algo sobre a vida de Hitler, ou mesmo sobre a vida do Lula, aí não haveria sermão e nãos de mãe retrógrada que a salvasse.

Para encerrar, concordo com a autora quando diz que precisamos rever nossos conceitos e acho também que ela deveria assistir ao comercial da Fiat de forma ininterrupta por pelo menos 48 horas, acredito que depois disso ela teria outra opinião do que é um mundo melhor e de como construir um relacionamento saudável, respeitoso e amigável acima de tudo com seus filhos.

Tenho um filho de cinco anos e o meu relacionamento com ele vem sendo construído desde sua gestação, o sim ou o não será escolhido por ele, pois, acredito que seu caráter e seus valores são formados ao longo de todo o tempo que sou observado.

Vanderlei Paulo Junior



Uma psicóloga que escreveu algumas verdades.

Uma psicóloga que assistiu o filme Cazuza escreveu o seguinte texto:

"Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora. As pessoas estão cultivando ídolos errados.

Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza? Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.

Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado. No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.

São esses pais que devemos ter como exemplo?

Cazuza só começou a gravar pois o pai era diretor de uma grande gravadora. Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.

Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.

Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.

Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?
Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.

Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido.

Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?

Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor.

Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar. Não se preocupem em ser amigo de seus filhos. Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi a pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre."

Karla Christine
Psicóloga Clínica